Rapazes ou raparigas? Quem tem mais sintomas depressivos na adolescência?

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Fizeram um estudo em escolas públicas e privadas na cidade do Porto, a todos os adolescentes nascidos em 1990. No estudo participaram 2.492 pessoas.

As raparigas têm mais tendência a sintomas depressivos

A investigação foi desenvolvida pela Faculdade de Medicina do Porto, onde Cláudia Bulhões, foi responsável pelo o estudo.

O estudo indica que 18.8% das raparigas sofrem de sintomas depressivos aos 13 anos de idade, enquanto nos rapazes afeta 7.6%. Os valores foram surpreendentes, porque não é normal que haja valores de prevalência de sintomas depressivos logo numa idade inicial de adolescência.

Cláudia Bulhões concluiu também que “estes sintomas depressivos não acontecem de uma forma episódica, isto é, eles vão ter implicações ao longo da adolescência. Os adolescentes que tinham sintomas depressivos aos 13, a maioria apresentava também sintomas depressivos aos 17 e acabava por ter repercussões aos 21 anos”.

Estas conclusões integram a tese de doutoramento nomeada de Depressive Symptoms in Adolescents, da autoria de Cláudia Bulhões, investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Ainda de acordo com o estudo, aos 17 anos de idade, os sintomas depressivos nas raparigas são de 17.1% e nos rapazes 5.3%. São números preocupantes, porque se podem refletir na vida adulta destes jovens. Estes números podem indicar no futuro, piores resultados sociais e de saúde no início da vida adulta.

A investigadora afirma ainda, que os sintomas depressivos afetarão principalmente rapazes com história familiar de depressão e raparigas com hábitos tabágicos e cujo primeiro ciclo menstrual, surgiu numa idade mais precoce.

O objetivo desta investigação é contribuir para um melhor conhecimento da epidemiologia dos sintomas depressivos na adolescência em Portugal.

São números alarmantes, e é importante criar uma ferramenta que auxilie na avaliação destes sintomas, para que se possa desenvolver estratégias no tratamento ou orientação nestes jovens.

por: Ester Santos

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