Fábrica Iberodye fecha e 52 pessoas ficam no desemprego
Os trabalhadores da empresa de Vila do Conde têm dois meses de salários em atraso e foram obrigados a acionar o Fundo de Garantia Salarial.
A Iberodye apresentou insolvência, o que fez com que 52 trabalhadores fossem para o desemprego. Saem com dois meses de salários em atraso e vão, agora, recorrer ao Fundo de Garantia Salarial. Afogada em dívidas, a tinturaria de fios e malhas, sedeada em Macieira da Maia, Vila do Conde, estava há mais de um ano em dificuldades.
“Desde que a pandemia começou que a situação se vinha agravando: começaram a pagar os salários aos bocados e o trabalho era pouco”, explicou, um funcionário, que preferiu manter-se no anonimato.
Em janeiro, a EDP foi à fábrica cortar a luz por falta de pagamento. Estiveram uns dias com um gerador a alimentar a unidade. Perceberam, nessa altura, admite o trabalhador, que a situação era “muito grave”. Dias depois, tinham uma nova empresa a fornecer energia elétrica.
“Estivemos à espera de completar os dois meses de salários em atraso para podermos rescindir sem perder os nossos direitos”, diz o mesmo funcionário, lamentando a atitude da administração da empresa que “não teve nenhuma consideração” pelos que ali trabalhavam, “muitos com 15, 20 e 25 anos de casa”.
Os 52 empregados ficaram a saber que a Iberodye se apresentou à insolvência. Receberam os documentos para pedir o fundo de desemprego, porém só irão receber em maio, isto se tudo correr pelo melhor. “São três meses sem salário. Numa altura destas, muitos não estão a aguentar”, sublinha.
A empresa tem dívidas de luz, água, Segurança Social, Finanças, banca e vários fornecedores.
A empresa já foi Belfil, Condytinge e depois Iberodye. Em 2011, a Condytinge faliu e surgiu a Iberodye, com as mesmas instalações e administração.
Em 2018 e 2019, a Iberodye investiu mais de 3,4 milhões de euros na modernização da fábrica, num projeto apoiado pelo Portugal 2020. Em 2018, o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação distinguiu a empresa como uma das empresas mais promissoras a nível nacional.
Fonte: JN