O vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Pedro Baganha, revelou hoje ter recusado a demolição do Café Bela Cruz, junto à rotunda do Castelo do Queijo, por considerar que o espaço faz parte do “imaginário” coletivo da cidade.
“É um boato. O que está em curso é um Pedido de Informação Prévia [PIP] para aquele local. Esse Pedido de Informação Prévia, num primeiro momento, chegou com pareceres positivos, mas eu não aceitei a demolição do café”, afirmou o vereador, em resposta ao social-democrata Vladimiro Feliz que, na primeira reunião do recém-empossado executivo, se mostrou preocupado com os rumores do que aquele espaço ia ser demolido.
Segundo Pedro Baganha, embora não esteja em causa uma “obra referenciada arquitetonicamente, [o edifício do Bela Cruz] faz parte do imaginário coletivo da cidade do Porto e, portanto, parece-me que qualquer nova proposta que para ali surja tem de preservar o fundamental, que do meu ponto de vista é a fachada para a Avenida da Boavista, o terraço superior e o torreão”.
O vereador do Pelouro do Urbanismo adiantou ainda que não há qualquer decisão tomada, estando neste momento os serviços “a reanalisar o processo, tendo em consideração estes pressupostos de que não pode demolido”.
Segundo a informação disponibilizada pela página ‘lifecooler’, as origens do Bela Cruz remontam a 1952, quando nasceu como café e casa de chá.
Em 1989 passou a Bela Cruz Club, ganhando uma nova vida. Após 2011, o espaço volta a ganhar novo impulso, apresentando-se renovado, com uma decoração sofisticada e uma oferta alargada, com serviço de restaurante e ‘wine bar’.
Nesta primeira reunião do executivo que saiu das eleições autárquicas de 26 de setembro – nas quais o independente Rui Moreira perdeu a maioria absoluta e o Bloco de Esquerda (BE) elegeu pela primeira vez um vereador -, o PSD, fazendo uso do período antes da ordem do dia, mostrou-se ainda preocupado com a degradação da iluminação pública na cidade e com a diminuição da capacidade de resposta.
Em resposta, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, admitiu que a capacidade da E-Redes, responsável pela gestão da rede de iluminação pública, não tem correspondido às expectativas do município.
As declarações daquele responsável foram corroboradas pelo presidente município, Rui Moreira, que indicou que um dos grandes problemas hoje são os “atrasos impossíveis” dos pareceres vinculativos da EDP.
A questão da iluminação pública foi também levantada pelo socialista Tiago Barbosa Ribeiro e pela vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, que indicaram várias ruas da cidade onde a falta de iluminação pública é visível.
Por LUSA