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Dezenas manifestam-se na frente ao consulado russo no Porto contra invasão

Dezenas de ucranianos manifestaram-se esta quinta-feira [24 de fevereiro], em frente ao consulado da Rússia, no Porto, para protestar contra a invasão do seu país, de forma a apoiarem os seus compatriotas e exigir uma intervenção mais eficaz da comunidade internacional.

Sofia Markelov, residente em Portugal há 15 anos manifesta-se: “queremos apoiar da maneira que podemos, estamos longe e muito preocupados com os nossos familiares e com os nossos amigos”. Em declaração à Lusa, a ucraniana contou que foi acordada pelo seu pai a avisar da guerra e que todo o país estava a ser bombardeado, de acordo com os relatos dos seus familiares.

“Já liguei para os meus avós e familiares, eles estão a fazer as malas, estão a pegar nas coisas essenciais e estão a tentar fazer algumas compras, mas os mercados estão lotadíssimos. Infelizmente, o país está assustado, o país está em pânico”, acentuou.

No entanto, Sofia mantém-se “confiante” nas tropas ucranianas, pela força destes. “A invasão da Rússia na Ucrânia não vai ser fácil, mas é muito triste estarmos a viver isto. A pandemia já matou muita gente e agora é isto”, lamentou.

Ruslana Polynho disse manifestar-se por não ver outra forma de apoiar o seu país, nesta altura de desespero. Contou à Lusa que acordou com o seu marido a dizer um palavrão quando se apercebeu que a guerra na Ucrânia havia começado.

“Liguei logo para uma prima e percebi que estava em pânico, porque tem um bebé de dois meses e não consegue comprar leite. Está a tentar fugir para uma aldeia porque tem medo e porque Putin detesta a cidade onde vive, que sempre se manifestou pró-Ucrânia e ativista. Sabemos que é uma cidade que irá ser bombardeada”, relatou.

A família reside numa cidade perto da Polónia, mas “numa outra cidade que não fica longe já se ouvem bombardeamentos”, acrescentou, sem conseguir esconder as lágrimas. “Eles tentam fugir para as aldeias mais longínquas, mas está a ser horrível”.

Considerou ainda “insuficientes” os apoios internacionais e manifestou-se “surpreendida” e até “feliz” com as mensagens de apoio dos russos na Rússia. “Dizem que não querem a guerra com a Ucrânia, mas que também têm medo dele [Putin]. Por isso é que não podem fazer nada. A força e as mensagens estão constantemente a chegar, pedem desculpas pelo presidente que têm”, acrescentou.

Entre vários manifestantes, muitos se lamentaram acerca do apoio internacional não ser mais forte e não ter começado há mais tempo, isto por Putin já estar a preparar a invasão desde há muitos anos, mas ninguém ter acreditado que chegasse ao ponto a que chegou.

A Rússia lançou esta passada quinta-feira, de madrugada, uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.

O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.

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