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Adidas vai despedir até 300 trabalhadores na Maia

O centro de serviços partilhados da Adidas em Portugal começou com uma dúzia de pessoas, em 2009, no Parque de Ciência e Tecnologia da Maia (TecMaia), tendo vindo a crescer de forma muito acelerada, nos últimos anos, ganhando novos projectos de “front-office” para lá das suas tradicionais áreas administrativas de contabilidade e recursos humanos, empregando actualmente mais de 600 pessoas.

Este domingo, 16 de Outubro, um email anónimo, enviado às redacções, denunciava que, “na quarta-feira”, o grupo alemão de calçado e acessórios desportivos “anunciou a extinção de mais ou menos 500 postos de trabalho” da sua sucursal portuguesa, o Global Business Services (GBS) do Porto.

“Tudo isso aconteceu de forma súbita, afetando praticamente todos os cargos no ‘hub’ do Porto – TecMaia de forma transversal, desde os cargos de nível de entrada até à gestão. Isso erradicou virtualmente todos os postos de trabalho existentes neste polo e 500 famílias ficarão em situação de extrema vulnerabilidade”, lê-se no referido email.Contactada a casa-mãe alemã, o departamento de comunicação da multinacional começou por “confirmar que haverá mudanças na estrutura organizacional no Porto em conexão com o desenvolvimento das funções de serviços partilhados da Adidas”.

“Futuramente, algumas tarefas serão desempenhadas noutros locais fora de Portugal e, numa segunda fase, novas responsabilidades serão criadas no Porto”, sendo que “o objectivo é agrupar as competências de forma mais uniforme nos vários locais”, adiantou a mesma fonte oficial da Adidas.

Sem nunca utilizar a palavra despedimento, a Adidas avançou que “cerca de 300” trabalhadores do “hub” maiato “são efetados pelas alterações atuais”, as quais “deverão ser implementadas até ao verão de 2023”.

“A Adidas lamenta o impacto que a decisão pode ter sobre os funcionários”, afiançando que “está a tentar encontrar soluções justas para todos os funcionários afectados através de conversas pessoais”, realçando que “uma possível transferência para outras funções no Porto tem prioridade”.

De resto, quando questionada directamente sobre a possibilidade de serem dispensadas 300 pessoas do GBS do Tecmaia, respondeu: “O nosso objectivo é reter o maior número possível de funcionários.”

Já no e-mail anónimo, garante-se que “nenhuma compensação será paga, pois as funções foram formalmente tratadas como ‘extintas’”.

De acordo com a mesma fonte anónima, o anúncio terá sido feito “pela senior vice-presidente Mui Florence de forma absolutamente desumana, tratando-a friamente como uma ‘decisão de negócios justificada’ e ‘uma forma de reduzir custos e cumprir as metas financeiras de 2025”, e que “o plano é que esses 500 empregos sejam agora oferecidos na Índia, para que a Adidas possa pagar salários mais baixos”.

Contactada a autarquia maiata, cujo presidente, António Silva Tiago, também preside ao TecMaia, fonte oficial da autarquia disse que “a Câmara da Maia não tem conhecimento da intenção da Adidas em fazer despedimento na sua unidade da Maia”.

“Estamos a tentar obter a informação necessária, através de canais próprios e, a confirmar-se, apesar de se tratar de uma empresa privada, iremos acompanhar a situação com natural preocupação”, rematou a mesma responsável camarária.

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