A praça deve o seu nome atual a uma homenagem a Carlos Alberto, rei do Piemonte e da Sardenha.
Este monarca foi destronado em 1849 e foi na cidade do Porto que procurou refúgio.
Carlos Alberto, teve como primeira aposentadoria, o Palacete dos Viscondes de Balsemão, situado nesta mesma praça.
Esta vetusta praça resultou de uma bifurcação das velhas estradas que saíam, em conjunto, da Porta do Olival das Muralhas Fernandinas e se dirigiam a Braga, pela atual Rua de Cedofeita, e a Guimarães, pela atual Rua das Oliveiras.
Subscreve o nosso canal Youtube:
Todavia, a mais antiga referência, em documento, é datada de 1638, mediante um registo paroquial da freguesia de Santo Ildefonso.
Chamou-se, em tempos, “Largo dos Ferradores”, pois aqui paravam e aprontavam as montadas para a longa caminhada. Era, pois, também local onde se fixaram estalagens.
De igual modo, a praça também foi denominada de “Feira das Caixas”: era aqui que se faziam as caixas para as bagagens dos emigrantes que partiam para o Brasil.
Aqui se localiza o edifício do Hospital do Carmo, pertencente à Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo.
Este edifício teve o seu início em 1791, sendo solenemente inaugurado em 8 de fevereiro de 1800. Conserva a sua utilidade: em 2004, foi pioneiro na aplicação de uma nova técnica cirúrgica para a cura da incontinência urinária, designada de “invance”.
No palacete setecentista dos Viscondes de Balsemão, onde está agora domiciliada a Direção Municipal da Cultura da Câmara Municipal do Porto, no Largo dos Ferradores, esteve, no século XIX, a Hospedaria do Peixe. Foi essa a primeira aposentadoria de Carlos Alberto da Sardenha, que se terá refugiado em Portugal, depois da derrota na Batalha de Novara, em 23 de março de 1849.
Contudo, o rei Carlos Alberto veio a falecer, 3 meses após a sua chegada ao Porto, na Quinta da Macieirinha, que aloja, atualmente, o Museu Romântico.
É essa a razão pela qual se mudou o nome de Largo dos Ferradores para o nome de Praça de Carlos Alberto.
Durante muito tempo, realizou-se, nesta praça a “feira dos criados de lavoura e das criadas de servir”, o que antes se realizava na Praça da Corujeira.
Era aqui que se juntavam os moços e as moças para encontrarem os futuros patrões, ajustando as condições de trabalho. Acabou esta feira de criados por ser transferida para a Rotunda da Boavista, em 1876.
De julho de 1853 até fevereiro de 1910, ficava na Praça de Carlos Alberto a paragem terminal do veículo da “Empresa Portuense de Carros Ripert”, puxado a cavalos, à frente da Tabacaria Havaneza, para fazer a ligação diária com São Mamede de Infesta.
Foi da praça que partiu, em 12 de agosto de 1874, o primeiro “carro americano” do Porto, na carreira para Cadouços, na Foz do Douro. Foi o “antepassado” direto do elétrico.
A 9 de abril de 1928 inaugurou-se o “Monumento aos Mortos da Grande Guerra”, cujo autor foi Henrique Moreira. Este monumento veio na sequência de uma estátua anterior que acolheu muitas críticas.
No dia 14 de maio de 1958, cerca de 200 mil pessoas aguardaram pelo general Humberto Delgado, candidato à presidência da República, na Estação de São Bento.
Terá sido a maior concentração de pessoas observada na praça. Acompanharam-no até à sua sede de candidatura, por cima do café Luso, na Praça de Carlos Alberto.
1 thought on “Praça Carlos Alberto – uma pequena praça, uma enorme história”
Comments are closed.