A Capela do Senhor do Calvário ou de Nossa Senhora das Dores foi construída a partir de 1737. Em 1883 foi restaurada e no ano seguinte foi construída a torre sineira, por iniciativa de António Miguel. Recebe o título de Capela Real, em 1907. Destaca-se, no interior, uma capela de pequenas dimensões invocando Nossa Senhora do Carmo.
Ao certo, ninguém sabe qual é a origem do topónimo Ramada Alta. A explicação mais aceitável é a de que se trata de um nome que identifica um local de características rurais muito semelhante a outros que existiram às portas da cidade.
Também não sabemos se o topónimo é muito antigo. Do que não temos dúvidas é de que o sítio hoje conhecido por Ramada Alta, há menos de duzentos anos, ou seja, em 1836, para sermos mais precisos, ficava num dos extremos da cidade porque passava por lá a linha de barreiras e ali funcionava um dos postos “para fiscalização e cobrança do imposto do real de água”.
O grande ex-libris do Largo da Ramada Alta é, todavia, sem dúvidas, a sua Capela do Senhor da Agonia e tem como orago o Senhor do Calvário. É um templo modesto que em 1838 beneficiou de obras de restauro e ampliação que foram financiadas, tais como a edificação da torre sineira, por um cidadão espanhol de nome António Miguel Garcia que tem o seu retrato pintado a óleo no interior da capela e uma lápide na frontaria.
Capela da Ramada Alta – Foto Rádio Portuense
A Capela da Ramada Alta, como é conhecida, ficava num dos caminhos percorridos pelos romeiros que desde a Torre de Pedro Sem se dirigiam sobretudo às festas da Senhora da Hora, em Bouças (Matosinhos), depois de passarem por Ramalde. Em 28 de Maio de 1907, D. Carlos concedeu-lhe o título de “Capela Real”.
A Capela da Ramada Alta, construída no centro do pequeno e airoso Largo da Ramada Alta, lembra os tempos passados e recorda a feição rural de antigamente. Os romeiros dos tempos antigos que iam em romagem ao Senhor de Bouças (Senhor de Matosinhos) passavam obrigatoriamente pelo Largo da Ramada Alta, onde se fazia um animado arraial, e não deixavam de entrar na capela para prestar culto ao Senhor da Agonia.
Os cidadãos do Porto veneravam a sagrada imagem do Senhor de Matosinhos e nunca faltavam à sua festa no domingo do Espírito Santo. Quem não tinha posses para pagar ao Manuel José de Oliveira uma viagem no seu carroção, metia os pés ao caminho e fazia toda a jornada a pé.
Na foto acima a placa ajardinada atrás da capela já não existe, bem como, o edifício ao fundo à direita. A Ramada Alta foi ainda um posto de barreira para cobrança do “ Real de Água” desde 1836, quando o governo decidiu colocá-los em redor da cidade em locais estratégicos tais como Massarelos, Pena, Vilar, Bom Sucesso,Valas (Nossa Senhora de Fátima), Carvalhido, Águas Férreas, Salgueiros, Sério(Antero de Quental), Aguardente (Marquês), Congregados (Rua da Alegria), Doze Casas, S. Jerónimo (Santos Pousada), Bonfim, Corticeira, Campanhã e Guindais.