O presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Emídio Sousa, disse hoje que a região Norte está “muito anestesiada”, precisando de se afirmar mais e ter uma voz mais ativa e forte.
“Portugal precisa de um Norte ativo, liderante e à frente, mas sinto que, pelo contrário, está muito anestesiado”, afirmou durante a sua intervenção na sessão sobre Plano de Mobilidade e Transportes, na Ordem dos Engenheiros da Região Norte, no Porto.
Para Emídio Sousa, também presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, o Porto e o Norte têm de reivindicar projetos e ter uma voz forte, independentemente das linhas partidárias ou de quem está a governar.
“Já tivemos vozes fortes, mesmo ao nível das comissões de coordenação, vozes muito capazes, mas agora não temos”, considerou.
O presidente do Conselho Metropolitano lembrou que há alguns anos a região do Norte do país era uma “reserva de energia, natalidade e juventude”, algo que se perdeu, sublinhando que a realidade atual não lhe agrada.
“Precisamos de dar um pontapé na bola, precisamos de pensar muito bem no que está a acontecer ao Norte e para onde vamos, andamos um bocadinho iludidos com a questão do Turismo, que é muito bom para a região sim, mas há questões de fundo, estruturais e de competitividade”, considerou.
Tal como tem defendido, Emídio Sousa sustentou que é “urgente” criar um Plano de Mobilidade e Transportes para a região Norte.
“Precisamos realmente de planear e pensar na mobilidade e precisamos de pensar como tiramos os carros do centro da cidade, algo absolutamente necessário”, frisou.
Considerando a mobilidade como “fundamental”, o autarca ressalvou que os investimentos não foram concertados nos últimos anos.
“Constroem-se linhas de metro, mas não há parques ao lado para estacionar os carros; aumenta-se o número de faixas de rodagem na A1 e portaja-se a CREP, mas depois continua-se com a VCI sempre entupida; fazem-se investimentos atrás de investimentos, mas continuamos sempre engarrafados”, lembrou.
Em termos metropolitano, Emídio Sousa vincou estarem em curso vários projetos, nomeadamente a valorização do Rio Douro, a recuperação do Rio Leça, a substituição da iluminação pública por iluminação led, a reabilitação de bairros sociais ou a ampliação do aeroporto e do metro do Porto.
A Área Metropolitana do Porto é constituída por 17 municípios, tem 1,76 milhões de habitantes e um orçamento inferior a dois milhões de euros, recordou.