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População preocupada com dragagens do Porto de Leixões que deixam praias cobertas de espuma preta

As dragagens efetuadas no Porto de Leixões e que estão a deixar as praias de Matosinhos e do Porto cobertas por uma espuma escura, está a preocupar a população.

 A draga despeja com alguma frequência uma matéria negra retirada do fundo do Porto de Leixões, no entanto a população desconhece de que matéria se trata.

Sugadas pelas dragagens do Porto de Leixões, as toneladas de sedimentos depositados junto às praias, designadamente na que confronta com a do Castelo do Queijo, suscitaram alarme junto da população, o que levou a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) a esclarecer que os inertes não causam danos ambientais e que, pelo contrário, “o material é de boa qualidade” e bom para “melhorar o comportamento das praias, combatendo a erosão”.

O que está a acontecer?
Estão a decorrer trabalhos de dragagem de sedimentos, no âmbito da empreitada de prolongamento do quebra-mar e das acessibilidades marítimas ao Porto de Leixões, com recurso à draga TSHD MEUSE RIVER, por processo de sucção em arrasto. O sistema utilizado nesta descarga faz-se por canhão (rainbowing), tal como é visível na imagem, atendendo à intenção de repor essas areias na deriva litoral, contribuindo para alimentar as praias a sul do quebra-mar. Com este método, face às dimensões da draga e às caraterísticas do local (muito rochoso), garante-se que os sedimentos são descarregados mais próximo da linha de costa.

Onde estão a ser feitas as dragagens?
As dragagens estão a ser feitas no canal de acesso e no anteporto do Porto de Leixões, mas apenas as areias dragadas no canal de acesso são descarregadas na envolvente do Castelo do Queijo. O restante material é descarregado no vazadouro ao largo, a cerca de 2,26 milhas

Qual a sua duração?
Prevê-se que os trabalhos tenham uma duração de aproximadamente dois meses, estando a sua execução a cargo do Consórcio Teixeira Duarte S.A., Dredging International NV e Tecnovia – Sociedade de Empreitadas S.A.

As dragagens que estamos a assistir, junto ao anteporto, com deposição de materiais junto aos locais 2 e 3 de locais de imersão de dragados, isto é, junto às praias, por canhão, deverão decorrer até quarta-feira, dia 10 de novembro. Até ao final deste mês de novembro, prevemos continuar os trabalhos de dragagens, no ponto 1 dos locais de imersão de dragados e já não junto à orla costeira. 

As areias/sedimentos dragados/retirados são poluídos?
Os sedimentos/areias não estão, garantidamente, poluídos, sendo classificados como classe 1, ou seja, de excelente qualidade e que podem ser descarregados diretamente nas praias, ou imersos em meio hídrico.

Os sedimentos são submetidos a análises?
Os sedimentos são sempre submetidos a análises prévias rigorosas, particularmente durante o Estudo de Impacte Ambiental. Para além disso a APDL faz recolhas periódicas de sedimentos nos locais de dragagem que são alvo de análise, em cumprimento da legislação vigente. AS análises têm apresentado resultados constantes de classificação como dragados limpos (classe 1 ou 2), o que garante a boa qualidade dos sedimentos para alimentação das praias ou imersão em meio hídrico na orla costeira da área metropolitana do Porto.

Há evidências da qualidade destes materiais?
APDL convida à consulta da informação que consta do EIA das Acessibilidades Marítimas.

Lista de documentos disponíveis no site da APA e no site da APDL.

O Resumo destes resultados consta no Relatório Síntese do EIA (Estudo de Impacte Ambiental) – Figura 76 da pág 165.   

A descrição detalhada da campanha de recolha e análise de sedimentos pode ser consultada no relatório.

Porque é que apresentam uma tonalidade escura/Porque é que fica à superfície uma espuma cinzenta?
Estes sedimentos/areias apresentam uma tonalidade escura, tendo em conta o facto de se estar a dragar no fundo do mar, onde existem sempre siltes e lodo. Estas areias, ao serem movimentadas, provocam a suspensão de materiais finos, tendencialmente mais escuros, que criam uma película à superfície/espuma sem, no entanto, constituírem qualquer risco para a saúde. Aliás, se o mar estivesse mais agitado, esta película facilmente desapareceria, fruto da emulsão ar/água e consequente dispersão. Este facto é comprovado pela areia visível na zona de rebentação da onda, que não tem este aspeto, apesar de uma parte significativa ter sido alimentada pelas dragagens do porto, já que está constantemente a ser “lavada” pela ondulação do mar.

Porque é que os sedimentos estão a ser depositados na praia?
Os sedimentos (areias) estão a ser depositados na proximidade das praias, de acordo com as recomendações da DIA, por serem de excelente qualidade (classe 1) e por terem uma granulometria próxima da existente nas praias envolventes, o que contribui para reforçar o volume de sedimentos na deriva litoral, prática que está em linha com os principais guidelines e boas práticas internacionais.

Atendendo ao processo de erosão comum à orla costeira, transversal a todos os países, só desta forma se poderá contrariar este efeito, daí que, sempre que o material é arenoso, tem boa qualidade e uma granulometria adequada é feita a sua deposição na proximidade das praias, nosso locais de vazadouro identificados.

O restante material (mais fino e argiloso) é colocado no vazadouro (ao largo), como ocorreu na semana de 1 a 5 de novembro, dado que, pelas suas caraterísticas, não é compatível com as areias das praias da região.

Aliás, grande parte do areal da praia de Matosinhos é material reposto pela APDL ao longo das últimas décadas, em operações semelhantes a esta, que têm promovido a prática balnear.

Quem é que está a proceder às operações de dragagem?

As operações de dragagem estão a ser efetuadas por um dos maiores dragadores do mundo, a empresa Dredging International NV (DEME), reconhecida pela competência e experiência revelada neste género de trabalhos.

Vídeo: SIC

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