Associação Porta-Jazz alerta que sem nova sede há risco de músicos abandonarem o Porto

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Porta-Jazz procura um novo espaço após ter de abandonar a sua sede do Porto, em 2021. O Presidente da associação avisa que a ausência de um local “está a colocar em risco a fixação de músicos” na cidade.

A associação Porta-Jazz, criada em 2010, teve de abandonar, em setembro, a sede num edifício do Porto e procura agora um novo espaço com especulação imobiliária a ameaçar a fixação dos músicos na cidade.

“A falta de um espaço no Porto para a comunidade de músicos ensaiar, fazer as apresentações de concertos, gravar e divulgar o trabalho artístico está a colocar em risco a fixação de músicos na cidade portuense, porque essa comunidade precisa de um laboratório e de um espaço para expor o seu trabalho”, alertou o presidente executivo da Porta-Jazz, João Pedro Brandão.

A propósito das dificuldades em encontrar uma nova sede na baixa do Porto, que obrigou a associação Porta-Jazz a armazenar o espólio e o arquivo em vários espaços da cidade, em entrevista à agência Lusa, o presidente da estrutura alertou que a especulação imobiliária está a ser o pior inimigo para a descoberta de um local de trabalho.

“O valor das rendas é enorme” e, para além disso, qualquer espaço que se encontre terá de sofrer “intervenção de sonorização com custos elevados”, relatou João Pedro brandão, referindo que o espaço não pode ter contacto físico com edifícios vizinhos e não estar integrado num prédio de habitação.

Atualmente, o arquivo de discos e o espólio da associação, desde instrumentos a aparelhagens de som, estão armazenados em vários locais da cidade cedidos pelos associados e pela Câmara do Porto, explicou o presidente da Porta-Jazz.

A Porta-Jazz é uma associação sem fins lucrativos, gerida por músicos, que se formou com o intuito de promover o jazz, sendo apoiada pela Direção-Geral das Artes.

A Porta-Jazz, cuja sede funcionou desde 2018 na Rua João das Regras, teve de abandonar aquele espaço por ser uma habitação “privada e gerida pela Junta de Freguesia do Centro Histórico”, recorda João Pedro brandão.

Segundo o presidente da Porta-Jazz, já houve uma reunião em julho com o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, tendo mostrado vontade no apoiar da associação. Contudo, ainda não foi encontrada “a fórmula para tal acontecer”.

A Porta-Jazz tem 80 edições discográficas e a última foi apresentada na passada quarta-feira, no auditório da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

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