A Câmara do Porto revelou esta quarta-feira que em 2018 a cidade fica de fora da competição aérea Red Bull Air Race devido a uma “lógica de rotatividade e alternância de grandes eventos” que foi “articulada” com a autarquia gaiense.
Numa resposta enviada à Lusa, o gabinete de comunicação da Câmara do Porto indicou que a decisão “está, de resto, em total articulação com as restantes entidades envolvidas na organização da prova, nomeadamente a câmara de Vila Nova de Gaia”.
O presidente da Câmara de Gaia, porém, assegura que o processo negocial sobre a possibilidade de a competição voltar ao Norte em 2018 está “em curso e não encerrado”.
De acordo com a autarquia portuense, “em 2018 a cidade não integrará o calendário da Red Bull Air Race”, uma competição aérea que em 2017 regressou ao Porto e a Vila Nova de Gaia, o que se insere “numa lógica de rotatividade e alternância de grandes eventos na cidade” e corresponde a “uma decisão que está em total articulação com as restantes entidades envolvidas na organização da prova, nomeadamente a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia.
Os esclarecimentos surgiram em resposta a perguntas colocadas na sequência da divulgação, por parte da agência Lusa, de que Portugal fica de fora do circuito de 2018 da Red Bull Air Race, segundo a organização da competição considerada como o campeonato do mundo da aviação desportiva.
Depois de ter passado pelo Porto e Gaia entre 2007 e 2009, a prova voltou este ano a realizar-se nestas cidades, sobre o rio Douro.
Durante a apresentação do evento, em março, o diretor geral da Red Bull Air Race, Erich Wolf, admitiu que podia regressar noutros anos se fosse “convidado”.
“Ficaríamos satisfeitos se voltássemos depois de 2017. Porto e Gaia são uma das melhores localizações mundiais do campeonato. É uma localização única. Estamos prontos para voltar se formos convidados”, destacou.
A Câmara do Porto hoje foi especificamente questionada pela Lusa sobre se tinha convidado a Red Bull e se tinham existido negociações com vista a realizar a prova novamente na cidade em 2018, mas a resposta limitou-se a referir tratar-se de uma opção relacionada com numa “lógica de rotatividade e alternância de grandes eventos”.
Na apresentação de março, o presidente do Turismo do Porto e Norte, Melchior Moreira, revelou que a prova de 2017 iria custar seis milhões de euros, esclarecendo que metade do investimento cabia à Red Bull Internacional e que os restantes 50% serão “comparticipados pelas câmaras do Porto e Gaia e do Turismo do Porto e Norte” no âmbito de uma candidatura a fundos comunitários.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assegurou na altura que a candidatura estava “aprovada” e referiu o compromisso de que “cada uma das autarquias” pagasse “225 mil euros” pela etapa do campeonato mundial, para além da “parte logística em cada uma das margens” do rio Douro.
Na ocasião, Moreira disse ainda ter como “estratégia” a “procura da variedade”, lembrando que, nos últimos anos, o Porto acolheu um campeonato de motonáutica e uma etapa do rali de Portugal.
Na mesma cerimónia, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, destacou a “verdadeira parceria estratégica” posta em prática para a realização do evento em Portugal.
No segundo dia da prova, que decorreu em 2 e 3 de setembro, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, em declarações à Lusa afirmou que o Governo veria “com bons olhos a sua continuação”.
“É um esforço que o Governo central, as autarquias, os patrocinadores todos têm de fazer para que estes eventos continuem, mesmo requerendo um grande esforço de organização e de apoio financeiro”, frisou Manuel Caldeira Cabral.