Quem passa pelo Porto não fica indiferente ao carisma da cidade e dos portuenses.
Abaixo, um excerto de um artigo do Jornal do Brasil, assinado por Mauricio Aquino e que revela um pouco da sua estadia na cidade Invicta e ainda um roteiro para quem quiser conhecer um pouco da nossa história.
“Sou pessoa suspeita para falar sobre o Porto. Residi lá por um ano, entre 2017 e 2018 quando minha mulher foi fazer um curso. Além de, na minha opinião, ser a cidade mais agradável de Portugal, no conjunto da obra, o povo do Porto é educado, amável e hospitaleiro. E como o verão europeu se aproxima e muitos brasileiros já compraram passagens para passar alguns dias em Portugal, vou dar algumas dicas para quem está indo. E começo pelo Porto, pois considero a cidade a minha segunda casa.
Em Portugal, tudo é perto. A malha rodoviária é excelente e os trens (comboios) bons e pontuais. Evite o pinga pinga entre cidades e use Lisboa e Porto como base para incursões nas cidades próximas, tudo, no máximo, a 2 horas de carro ou trem. E no verão. Dica importante, evite o Algarve, pois é sofrer em engarrafamento e aeroporto lotado.
O Porto foi a primeira capital de Portugal, onde o país começou. A quantidade de palácios, museus e igrejas é imensa. Algumas curiosidades sobre a cidade. Lá nasceu o Infante Dom Henrique e o palácio local do nascimento pode ser visitado (fica na Ribeira). J. K. Rowling, autora dos livros de Harry Potter morou lá por quase dois anos, casou com um português, separou-se, e usou vários aspectos da cidade como fonte de inspiração para a série. A Livraria Lello é a biblioteca de Hoigwarts, e as capas que os alunos da escola de bruxos usam são as capas dos alunos das escolas de segundo grau e universidades. É famosa a festa da Queima das Fitas, onde os estudantes de último ano queimam as fitas que identificam que estão no ano de conclusão da universidade. Em maio foram duas semanas de festa: de 6 a 12 e na semana que passou, feriado escolar comemorado com o famoso desfile dos carros alegóricos dos universitários.
No Porto, esqueça o carro. Use metrô, ônibus (autocarros) ou táxis (tem Uber). Os tickets de metrô e autocarros são integrados. Existem também linhas de ônibus turísticos, com pontos de paragens pré-determinados.
Seguem-se três roteiros básicos para quem tem três dias no Porto.
1 – Sair da estação de metrô Casa da Música, visitar a mesma, cruzar a Praça Mouzinho de Albuquerque (Rotunda da Boavista), admirar a escultura do Leão (Porto) derrotando a Águia (França de Napoleão), e ir comer um petisco no Mercado de Bom Sucesso (antigo mercado do peixe da cidade, totalmente remodelado e local de petiscos variados). Experimente um sanduiche de leitão com espumante da Bairrada. Desça pela Av. Júlio Diniz e você chegará ao Parque do Palácio de Cristal, jardins fantásticos, uma maravilhosa vista do Rio Douro, boa biblioteca pública (bom local para se estudar e escrever, recomendação da orientadora de minha mulher) e saindo do parque caminhe até o Museu Nacional Soares dos Reis, sempre com boas exposições e um lindo jardim de camélias (aparecem em fevereiro).
2 – Sair da estação de metrô de Carolina Michaelis, e descer a Rua de António Luso, e chega-se a uma praça onde existe a Igreja Românica da Cedofeita, do século VI, época em que suevos e visigodos dominavam Portugal. Pegue a Rua da Cedofeita e dê uma parada na Gota a Gota, excelente loja de vinhos com um estoque muito variado. Nesta rua, Dom Pedro IV (o nosso Pedro I) montou seu quartel general na luta para derrotar seu irmão, Dom Miguel que tinha usurpado o trono de sua sobrinha, Maria II. Aliás, ali perto fica o bairro da Lapa, e na igreja de mesmo nome (lindíssima) está o coração de Dom Pedro que pediu que o mesmo fosse doado à cidade. Mas, saindo da Praça de Carlos Alberto, você verá o ponto de saída de uma das duas linhas de bondes que restaram e hoje são linhas turísticas. Ao lado, existem duas igrejas fantásticas, a do Carmo e dos Carmelitas, obras fantásticas do barroco português, com muito ouro e prata, e azulejos lindíssimos. Admire o prédio neoclássico da Reitoria da Universidade do Porto e desça em direção a Praça de Lisboa, onde se encontra a Livraria Lello, a Torre dos Clérigos (com um razoável preparo físico dá para subir nela e ter uma das vistas mais bonitas da cidade), e também visitar a igreja anexa. Ao lado da Livraria Lello existe uma antiga loja de uma fábrica de tecidos que foi transformada na loja Vida Portuguesa, a loja é linda e só tem artigos típicos made in Portugal. Se ainda sobrar tempo, caminhe até a Praça dos Aliados, a maior praça do Porto, local onde se situa a Câmara Municipal da cidade,, e onde é realizada a queima de fogos na virada do ano.
3 – Salte na estação do metrô de São Bento e aprecie a centenária estação de comboios do mesmo nome. As paredes do hall da gare são todas revestidas de azulejos que retratam a história de Portugal. Desça a Rua das Flores, aprecie o Museu da Misericórdia e caminhe até o Palácio da Bolsa, na Rua de Ferreira Borges e aproveite para apreciar o antigo Mercado Ferreira Borges, hoje uma casa de shows com programação basicamente de rock e heavy metal. Você agora estará a um quarteirão da Ribeira, a principal zona turística do Porto. Se a fome bater, dê uma passada no The Wine Box, na rua dos Mercadores 72, uma grande carta de vinhos harmonizados com tapas de tudo quanto é tipo. E daí pra frente é caminhar pela Ribeira, cruzar a pé a ponte D. Luis I e ir até as caves de vinho do Porto em Vila Nova de Gaia.
Se sobrar tempo, dê uma passada no Mercado do Bolhão, e nas ruas de Santa Catarina e Formosa. Na rua Formosa podem ser visitas mercearias e delicatessens maravilhosas, a maior parte delas com mais de 100 anos. E não deixem de comer uma Francesinha, prato típico da cidade. E no verão, à noite, existem vários concertos musicais em várias praças e locais da cidade, alguns gratuitos. Fiquem atentos aos cartazes nas ruas que indicam estes shows.”
Este artigo Jornal do Brasil, pode ser lido na sua forma original através do link abaixo:
http://www.jb.com.br/artigo/noticias/2018/05/21/porto-uma-das-joias-de-portugal/