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Fitei dá palco às fraturas sociais

Num festival de expressão ibérica não se estranhará a recuperação da expressão “Tiempos recios”, utilizada como título do último livro de Mario Vargas Llosa. É uma boa caracterização do momento. São duros e difíceis os dias vividos por quem tenta por de pé um encontro anual de teatro internacional como o Fitei. Ainda assim, a partir de amanhã, abrem-se portas e monitores para dar largas à 44ª edição de um certame este ano organizado à volta da ideia de sustentabilidade.

Se é verdade que, por norma, aquele conceito é associado sobretudo às preocupações ambientais, o festival vai mais longe e estende-a às componentes política, individual, afetiva, sexual e mental. Tudo para ser visto nos palcos, ou na plataforma digital onde, para lá dos espetáculos, estarão disponíveis outros conteúdos.

Pela primeira vez é um palco fora do Porto ou da sua área metropolitana a abrir o festival. O Teatro Municipal Sá de Miranda, de Viana do Castelo, terá amanhã, às 11h, o espetáculo “Qué locura enamorarme yo de tí”, da escritora e jornalista peruana Gabriela Wiener, que explora a sua vida familiar poliamorosa num período de crise de casais. O espetáculo volta a ser apresentado no dia 7, sexta-feira, no Teatro Constantino Nery, em Matosinhos.

Ainda em Viana, no domingo, tempo para “Santa Inés”, da companhia galega Feroz. O texto de Lorena Conde, a partir de uma ideia original e interpretação de Inés Salvado, parte da lembrança das visitas ao Convento das Clarissas em Santiago de Compostela, para trabalhar questões de liberdade, obediência, violência e mística nos nossos dias. Dia 9 a peça é apresentada em Gaia, no Auditório Municipal.
O palco digital é inaugura com “Estado vegetal”, da dramaturga chilena Manuela Infante, que propõe uma reflexão sobre as formas de habitar o planeta e a relação com as entidades vegetais.

Fonte: Expresso

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