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Comboio poderá chegar ao Aeroporto do Porto até 2030

O comboio deverá chegar ao aeroporto do Porto antes da construção da linha do Vale do Sousa, e antes de 2030, disse o Coordenador do Plano Ferroviário Nacional, Frederico Francisco.

“Em obra, eu acho que a ligação ao aeroporto, é mais provável que possa ocorrer antes de 2030 do que a linha do Vale do Sousa”, disse no passado dia 26 de agosto, Frederico Francisco numa conferência na Entrelinhas – Festa do Ferroviário, que decorreu no último fim de semana em Ermesinde, no concelho de Valongo (distrito do Porto).

Mais tarde, numa intervenção para clarificar a sua afirmação, estimou que o comboio de passageiros deverá chegar à linha de Leixões, que poderá vir a servir o aeroporto Francisco Sá Carneiro, antes da efetivação ao aeroporto propriamente dito.

“Nós estamos a trabalhar para que possa haver passageiros na linha de Leixões muito antes de 2030. Aliás, há poucos meses, a IP [Infraestruturas de Portugal] e a CP [Comboios de Portugal] começaram, pela primeira vez em muito tempo, a trabalhar em conjunto e seriamente sobre a retoma do serviço de passageiros na linha de Leixões”, clarificou, num painel no Fórum Cultural de Ermesinde.

A questão tinha sido levantada por António Alves, da Associação Comboios do Século XXI, que submeteu uma proposta ao Plano Ferroviário Nacional – que está a ser desenhado – para ligação ao aeroporto através da linha de Leixões.

António Alves rejeitou que tenha de existir uma escolha entre o serviço de alta velocidade ao aeroporto (em oito minutos, projetado desde Campanhã) ou suburbano, através da linha de Leixões (em 25 minutos).

“Além de ser necessário construir um túnel por debaixo de toda a cidade do Porto [na alta velocidade], não vai ligar todas aquelas ligações que apresentei”, salientou, referindo-se à malha suburbana adjacente à linha de Leixões.

O membro da associação defendeu que “os projetos não conflituam um com o outro, poderão é ser complementares”, tendo já considerado, no início da sua intervenção, que é “inconcebível” a inexistência da ligação de 2.200 metros entre a linha de Leixões e o aeroporto.

José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo, que organiza o Entrelinhas, questionou-se sobre “o que é que faria para a ferrovia ter pela primeira vez um comboio a chegar a um aeroporto neste país, mesmo que a linha fosse uma coisa fraca”.

“Ninguém consegue compreender”, afirmou o autarca anfitrião, que estava na audiência.

Outro autarca presente, mas no painel “Novas Ligações Ferroviárias” do Entrelinhas foi Humberto Brito, presidente da Câmara de Paços de Ferreira, que disse que a linha do Vale do Sousa vai ser feita.

“Já está no PNI [Plano Nacional de Investimentos], e o Frederico Francisco disse-me que estará depois disso. A linha vai ser mesmo executada. Eu acho que o povo português pergunta, mas é: quando?”, questionou o autarca pacense.

Também presente no mesmo painel esteve Luís Almeida, da Associação Vale D’Ouro, que propôs a ligação de alta velocidade para Espanha através de Trás-os-Montes, via Vila Real e Bragança, incluindo também uma alternativa pelas Terras de Miranda.

O coordenador do Plano Ferroviário Nacional, Frederico Francisco, disse que a proposta “está a ser levada a sério” e “analisada”, mas advertiu para algumas contrariedades.

“Não me parece que ela seja uma alternativa direta à ligação por Évora e por Badajoz, mas tem naturalmente que ser ponderada como alternativa à ligação por Aveiro e por Salamanca”, estudando-se ambas, referiu.

A Entrelinhas – Festa do Ferroviário decorre entre hoje e domingo no Fórum Cultural de Ermesinde, e é comissariado pelo deputado do PS José Carlos Barbosa, que é quadro da CP, e contou ainda com debates sobre a “História da Ferrovia”, “Livros Ferroviários”, “Novas Ligações Ferroviárias”.

Haverá ainda concertos de HMB (hoje), Gisela João (sábado) e Noble (domingo), existindo também exposições, tertúlias, mostras e comida de rua.

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