Hotel dos Aliados protegido pelo Porto de Tradição

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Com a proteção do Hotel dos Aliados, hoje aprovada por unanimidade em reunião de Câmara, continua a crescer a listagem dos estabelecimentos históricos protegidos pelo programa municipal Porto de Tradição.

Os 13 vereadores da Câmara do Porto votaram favoravelmente a classificação do Hotel dos Aliados no âmbito do programa Porto de Tradição, em reunião de Executivo realizada nesta terça-feira. O processo segue agora para consulta pública, pelo prazo de 20 dias úteis.

Na proposta, assinada pelo vereador da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, refere-se que a unidade hoteleira solicitou o pedido de avaliação ao Município do Porto (ao abrigo da lei n.º42/2017), e que após análise e avaliação do Grupo de Trabalho, verificaram-se cumpridos “os requisitos necessários para ser reconhecido como estabelecimento de interesse histórico e cultural ou social local”.

O Hotel dos Aliados foi inaugurado em 1932 e, desde então, conheceu vários proprietários. Há duas décadas tem registada a marca “Aliados”, o que significa que “caso encerre não é possível na cidade do Porto um outro hotel” deter esta designação, refere a ficha de caracterização da proposta.

O edifício é da autoria do arquiteto italiano Michaelangelo Soà, de 1919, integrando os primeiros projetos de remodelação da Nova Avenida das Nações Aliadas, atualmente designada Avenida dos Aliados (artéria central da cidade que começou a ser aberta em 1916).

O espaço foi restaurado em 2012 pelo arquiteto Jorge Gonçalves, tendo sido mantidas as bases da sua tipologia original, “desde os quartos, à organização das escadas, caixilharias, fachadas e coberturas, somando-se a manutenção e integração de mobiliário original”.

No Hotel dos Aliados foram gravadas diversas cenas do filme ” A Costureirinha da Sé” de Manuel de Guimarães, tendo também um lugar especial no livro de Miguel Miranda “Dai-lhes Senhor o Eterno Repouso”, além de referido na obra “Vilar Formoso Fronteira da Paz”, da historiadora Margarida Magalhães Ramalho, entre outros.

A normativa legal, que rege o Porto de Tradição até à entrada em vigor do regulamento próprio, impõe que o reconhecimento se conclua com uma consulta pública de 20 dias, período esse durante o qual também é solicitado o parecer da junta de freguesia onde se localize o estabelecimento ou entidade a reconhecer.

Recorde-se que o regulamento do Porto de Tradição encontra-se em fase de consulta pública. Os últimos estabelecimentos protegidos pelo programa foram: Barbearia Tinoco, Benedito Barros, Lda., Carvalho, Batista & Cª, SA, Confeitaria do Bolhão, Pinguim Café, Queijaria Amaral, Restaurante Escondidinho e Santos & Irmão, Lda.

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