O presidente da Junta de Rio Tinto, a maior freguesia de Gondomar, diz já ter “perdido a conta das vezes que ligou à polícia” a denunciar infrações, deixando um apelo “desesperado” à população para que fique em casa.
Em causa está uma freguesia que conta com 47 mil habitantes, sendo a maior e mais populosa de Gondomar, concelho do distrito do Porto que aparece, de acordo com o boletim da Direção-Geral da saúde, como o quarto com mais casos de infeção com o novo coronavírus (424).
“E na freguesia de Rio Tinto já se realizaram cinco funerais de vítimas”, revelou o autarca, deixando um apelo desesperado: “Fiquem em casa. Cumpram as orientações. Gondomar é um dos concelhos com mais infetados e Rio Tinto corresponde a 50% do território de Gondomar. É mesmo para ficar em casa”, disse Nuno Fonseca.
Sem conseguir já contabilizar quantas vezes ligou para a PSP a denunciar infrações, o autarca de Rio Tinto descreveu à Lusa que, na quinta-feira, “a polícia teve de retirar 15 jovens do Parque Urbano da Quinta das Freiras” e que, no fim de semana, filmou “famílias inteiras a contornar as fitas de vedação do passadiço”.
“Ontem (quinta-feira) não eram cinco ou 10, eram 15. Saltaram a vedação e foram para lá jogar à bola. No fim de semana filmei o passadiço e só não publiquei nas redes sociais porque se conseguia ver perfeitamente as pessoas, mas mereciam. Vi uma família de quatro com um triciclo na mão e muitas outras a contornar as fitas de vedação”, descreveu Nuno Fonseca.
Já numa publicação recente no Facebook, o autarca começa por dizer que se considera “um tipo controlado nas redes sociais”, mas confessa-se “irritado”.
“Sou presidente de Junta há mais de seis anos e nunca tive de ligar tantas vezes para a polícia por causa de outros assuntos como agora, com o pessoal que anda a passear e a apanhar sol”, refere.
Na mesma publicação, o autarca de Rio Tinto frisa que o passadiço está fechado, assim como os parques urbanos e explica que essa medida foi tomada “para segurança de todos”.
“Acham mesmo que a polícia não tem mais nada que fazer? Acham que ainda não morreram pessoas? Não estamos em tempo de passeios”, termina.
Por: LUSA