Ground Control Studios: Quem são?

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Os videojogos estão a entrar no mainstream em Portugal. O mercado tem crescido exponencialmente, valendo já centenas de milhões de euros, acompanhado pelo público português que cada vez mais introduz o jogo digital na sua vida diária, tanto casualmente como de uma forma mais competitiva. No entanto, este crescimento não representa necessariamente uma maior atenção virada para jogos nacionais, já que as developers portuguesas ainda lutam por um lugar relevante no mercado.

Assim, a Rádio Portuense (Gaming) desenvolveu um projeto de divulgação da indústria portuguesa de videojogos, onde permite a diversas empresas darem a conhecer os seus jogos e analisa as condições em que se cria um videojogo em Portugal, passando por temas como visibilidade, sustentabilidade e competição.

Entre as game developers sediadas no Porto , a Ground Control Studios é a das que melhor se destaca, não só pelo seu investimento nas novas tecnologias que tornam prometedores os seus videojogos, mas também a forma como rentabilizaram a sua arte ajudando outras entidades a serem mais eficazes nas suas funções.

Sendo assim, a primeira etapa neste projeto de divulgação irá contar com a participação da Ground Control Studios.

História

                Desde 1950 que o ser humano investe na tecnologia de simulação, através de simuladores de voo para Força Aérea dos Estados Unidos, mas a partir da década de 70 é que  começou a surgir o conceito de realidade artificial com o GlowFlow e o Psychic Space de Myron Krueger. Viajando no tempo, 2012 torna-se o ano em que aparece a realidade virtual como a conhecemos, com o sucesso do Kickstarter que foi o Oculus Rift.

                Este equipamento de RV foi a maior inspiração para a GroundControl, fundada em 2014, alterar o seu objetivo inicial de ser um simples game dev de jogos de PC e consolas, e abrir portas a todas as possibilidades que esta tecnologia mais recente pode trazer. Consequentemente, foram desenvolvidas experiências sensoriais e/ou narrativas envolventes que acompanharam um período onde se criaram várias ferramentas e plug-ins para facilitar o desenvolvimento de RV.

                Segundo a Ground Control Studios, esta fase assistiu ao lançamento do jogo Return Zero VR, mas o destaque vai para o jogo COSMONAUT que, apesar de ainda não estar lançado, “originou cerca de 90% de toda a tecnologia que o estúdio viria a monetizar com sucesso nos anos seguintes.”

                Tal como algumas apostas viradas para as novas tecnologias, o conceito de RV não conseguiu logo ser necessariamente associado aos videojogos, e ficou aquém das expetativas iniciais. Para demonstrar um exemplo esta disparidade, a Forbes explica que até ao fim do ano de 2017, o número de utilizadores globais de VR atingiu “apenas” os 43 milhões, com um mercado mundial a atingir pouco mais de 2 mil milhões de dólares, comparando com os 98 mil milhões do mercado de jogos digitais.

                Como o crescimento do mercado de RV para gaming não foi tão rápido como o esperado, a GCS precisou de mudar de estratégia e tomou algumas decisões: desenvolveu um novo jogo chamado HyperGods e o COSMONAUT foi colocado em espera. Apesar da pausa, e como já foi referido, o COSMONAUT abriu portas a uma nova oportunidade de negócio. O mercado Business 2 Business tornou-se numa peça fundamental para a GCS que aproveitou a tecnologia deste jogo para oferecer a outras empresas (relacionadas, por exemplo, com turismo e imobiliária, entre outros sectores) soluções para também se tornarem mais eficazes e rentáveis. Exemplos destas soluções passam por Tours Interativas a 360º ou Espaços 3D interativos, entre outras.

                Graças a este projeto em paralelo, o presente e futuro da GCS é marcado pelo regresso ao desenvolvimento de videojogos e de gaming tech.

Business 2 Business

                B2B é uma forma de negócio entre empresas, não estando o consumidor diretamente envolvido. Esta foi a adaptação das tecnologias que a Ground Control Studios teve de fazer para colmatar o lento crescimento do mercado voltado para a Realidade Virtual aplicada aos videojogos.

                Embora a RV esteja muito ligada ao gaming, a verdade é que a sua utilidade vai muito além, e não são raras as empresas que podem sair beneficiadas com este conceito, entre outros. A GCS conseguiu, assim, estabelecer relações com diversas empresas e entidades em Portugal pelas soluções que disponibilizam. A GCS trabalha, portanto, em 3 Realidades Digitais: Realidade Virtual, Realidade Aumentada, e Realidade Mista. Como já explicado, a RV consiste na interação e imersão num Mundo Virtual, a RA “permite ao utilizador sobrepor elementos digitais ao mundo real, usando um smartphone, computador ou óculos especiais”, e a RM envolve uma integração entre o mundo real e elementos digitais.

                Toda esta informação sobre a participação no mercado B2B foi retirada do site oficial, e pode conferir aqui.

Tours Interativas 360/VR

                Em tempos de Covid-19 que dificultam drasticamente as visitas a espaços fechados como museus, as tours interativas ajudam a manter a atividade em alguns setores, e alguma circulação de pessoas, nem que seja apenas online. Com a plataforma EASYVR, criada pela Ground Control, qualquer empresa consegue “rapidamente e sem conhecimentos técnicos” criar tours interativas em Realidade Virtual ou a 360º. Segundo o site da EASYVR, o aumento da taxa de conversão, a facilidade de criação e de partilha, e a redução dos custos operacionais são uns dos pontos fortes desta solução.

Já são várias as entidades que aderiram, entre elas a Web Summit, a Força Aérea Portuguesa, a Câmara do Porto e a EDP. Pode observar um exemplo de uma Tour 360 aqui.

Espaços 3D Interativos 360/VR

                Outra plataforma criada pela GCS é a ROOMBUILDER, que permite aos clientes criar e decorar espaços 3D “que podem ser visualizados em Realidade Virtual, Aumentada ou 360, sem qualquer tipo de conhecimento técnico específico.”

As plataformas são compatíveis entre si, já que é possível usar o EASYVR para converter estes espaços em “imagem 360 e visualizados em formato de Tour”. Esta solução é recomendada para setores como Imobiliário, Arquitetura, Retalho e Construção.

Manutenção de Infraestrutura usando Realidade Aumentada ou Mista

Com a plataforma ARMaintenance, o utilizador poderá usar elementos digitais para aceder a dados “críticos” como “estado de equipamento, histórico de intervenções, ordens de trabalho, diagramas, vídeos de intervenções anteriores”. É recomendada para o setor automóvel, de aviação, logística ou de construção.

Maquetes Interativas em Realidade Aumentada

Como o termo indica, com a RA é possível aceder a maquetes 3D de edifícios em qualquer lugar, e com a ajuda do EASYVR o utilizador pode realizar Tours VR/360º do interior das maquetes. Os setores que mais beneficiam desta solução são os da arquitetura, imobiliário, turismo, construção, entre outros.

Formação Profissional usando Realidade Virtual ou Mista

A solução TrainingMR, o utilizador pode “interagir com Ambientes Virtuais ou Simulados utilizando as mãos como faria no mundo real”, e combinar ambos os Mundos Virtual e Real. Para além da Formação, os Transportes e os Serviços de Emergência também podem encontrar utilidade nesta ferramenta.

Jogos

Embora a maioria já tenha sido mencionada, a lista que se segue apresenta os jogos (lançados ou por lançar) que a Ground Control Studios tem/terá para oferecer:

COSMONAUT

“Tudo à tua volta te pode matar”

– Foi a primeira tela para testar a tecnologia VR e outras ferramentas. É um projeto que acompanha a Ground Control quase desde o início, no entanto, o seu desenvolvimento foi mais tarde colocado em stand by para a empresa se focar no mercado B2B. Segundo o site oficial da GCS, este jogo é um simulador do espaço na primeira pessoa. A sobrevivência é o ponto principal, num ambiente que pode tanto ser útil para o jogador, como também pode ser fatal.

Venceu o SINFO Innovation Award, um concurso de divulgação e promoção da criação de jogos em Portugal, e o finalista da Playstation Awards. Será lançado em breve, e poderá ser jogado com ou sem Realidade Virtual.

Return Zero VR

“…lindo, psicadélico, ultra-rápido…”

                -Eis o primeiro jogo lançado (tendo em conta a data na Steam) pela Ground Control. Consiste num racer a 3D de naves, quadriláteros, cores e muita velocidade. Convém evitar os portões vermelhos e amarelos.

                Está disponível para Steam, Google Play e AppStore, e é apenas jogável com um headset de Realidade Virtual.

HyperGods

“…coloca-te em batalhas freneticamente rápidas contra os Deuses.”

                -Misturando influências nostálgicas de shoot’em ups antigos com um enredo simples, mas original, este jogo a 2D promete dar a oportunidade ao jogador de salvar a espécie humana da extinção, em combates de um para um contra Deuses. É recheado de explosões de luz, ação e, tal como o Return Zero, muita velocidade.

Está também disponível na Steam, sem a necessidade de equipamento adicional.

ZHED

“Sem cronómetros, sem relógios, sem estrelas, sem truques”

                -Com imensos jogos de puzzles disponíveis nas várias plataformas, a Ground Control cumpre o desafio de oferecer uma mecânica diferente com um conceito novo. Com uma centena de níveis que vai tornando a experiência cada vez mais complexa e desafiante, o jogador verá a sua memória, concentração, e capacidade de previsão serem postas à prova.

                Está disponível para Android, IOS, Steam e Nintendo Switch.

This World of Orange

“…leva o jogador a uma jornada profunda e emocional”

                –É um jogo misterioso sem muito a revelar, mas que coloca o laranja num contexto pós-apocalítico. A missão é explorar, encontrar a família, e sobreviver num deserto “sem esperança”, com uma “narrativa envolvente”.

                Sem data definida para lançamento, espera-se em breve por mais novidades.

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