Hotel do Louvre e sede do Cineclube do Porto vai sofrer mudanças
As obras começaram no ano passado e terminam em dezembro deste ano. A responsável pelo projeto assegura que as “pré-existências” do edifício do século XIX serão respeitadas.
Já foi um dos hotéis mais luxuosos do Porto no século XIX, uma das primeiras clínicas privadas da cidade, sede do Sport Comércio Salgueiros. A par disto foi e é casa do cineclube mais antigo do país. Neste hotel já esteve guardada a primeira versão do guião de Aniki Bóbó, de Manoel de Oliveira e, também, chegou a passar o Imperador do Brasil. O prédio de gaveto que, está onde a Rua do Rosário e a Dom Manuel II se encontram já há vários anos, não cumpria nenhuma das funções anteriores nem qualquer outra.
No entanto e, depois de muito tempo ao abandono, decidiu-se recuperá-lo para voltar a ser ocupado. Em Dezembro de 2020 arrancaram as obras para ser transformado em prédio de habitação, comércio e serviços. Também no final deste ano está previsto que a empreitada esteja terminada. A responsável pelo projeto de requalificação assegura que todos os esforços serão feitos para preservar a história do edifício.
Do número 1 ao 9 do Rosário e do número 1 ao 2 da Dom Manuel II, numa área bruta de construção de 945 metros quadrados distribuída por quatro pisos, serão construídos oito apartamentos de T0 a T2. O piso térreo está reservado para comércio e serviços. Até ao terceiro andar será para habitações multifamiliares.
Diana Barros, arquiteta responsável pelo projeto em obra levada a cabo pela FL – Engenharia e Construção esclarece que “como é um edifício com muito carácter e muita história, antes de começarmos o projeto fizemos o levantamento das patologias do edifício e das condições da estrutura. Trabalhamos com uma equipa de conservação e restauro e percebemos que conseguimos manter grande parte da estrutura, exceto a cobertura”. Neste sentido vão ser mantidos “a escadaria e as paredes interiores de tabiques e alvenaria”.
Acrescentou ainda que “fizemos um grande esforço para manter as pré-existências”. Assim sendo, “ vai manter-se a madeira na mesma, com o desenho que lá está, com trabalho de marcenaria que será feito à mão porque há muitas peças trabalhadas”. Quando as obras terminarem, o edifício “vai ser cor-de-rosa”.
FONTE: Público