Dois linces-ibéricos no Parque de Biológico de Gaia até ao fim do ano

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Dois linces-ibéricos serão acolhidos no Parque Biológico de Gaia até o final do ano, como parte de um protocolo com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). A Câmara Municipal de Gaia revelou que os animais serão provenientes de Silves, no Algarve, mas ainda não se sabe se será um casal e qual a idade deles.

Enquanto isso, a autarquia está construindo as instalações necessárias, seguindo os princípios de bem-estar animal. O investimento para a construção é de cerca de 377 mil euros, com um prazo de execução de 120 dias. Espera-se que as instalações estejam concluídas até meados de outubro. O local escolhido para a construção no Parque Biológico permite a coexistência com outras espécies, como javalis e corços, além de contar com a vegetação adequada para os linces-ibéricos.

As instalações incluirão um observatório no qual os visitantes poderão ver os linces através de um vidro, limitando a exposição dos animais ao ruído externo. A autarquia também garantiu que não haverá cercados de animais a menos de vinte metros dos limites, a fim de reduzir ao mínimo possível o estresse ambiental para os novos habitantes do parque. O cercado exterior terá 506 metros quadrados, respeitando todas as diretrizes em vigor.

O espaço de acolhimento contará com uma sala de isolamento para eventual separação dos animais, assim como uma sala de apoio veterinário para lavagem de tigelas de alimentação, preparação de alimentos e localização de equipamentos, como sistemas de videovigilância, de acordo com a descrição fornecida pela autarquia.

De acordo com o censo de 2022, existem mais de 1.600 linces-ibéricos na Península Ibérica, sendo a grande maioria (84,3%) na Espanha, enquanto Portugal abriga 261 indivíduos (15,7%). Esses animais estão distribuídos por 15 núcleos populacionais, um dos quais está em Portugal.

O lince-ibérico é considerado uma espécie criticamente em perigo em Portugal e prefere habitats de características mediterrânicas, como bosques densos e matagais. Sua dieta é baseada principalmente em coelhos-bravos, que representam entre 75% a 95% de sua alimentação, mas em períodos e regiões de menor abundância, eles também se alimentam de roedores, lebres, cervídeos e patos-bravos.

Entre as principais ameaças para a extinção dessa espécie estão a perda de habitat e a fragmentação da paisagem, a redução acentuada da população de coelhos-bravos nas últimas décadas e a mortalidade induzida pelo ser humano, incluindo caça ilegal, envenenamento e atropelamentos.

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