Nova companhia aérea escolhe Porto para iniciar operações
A “companhia irmã” da Air France, a Joon, escolheu Porto e Lisboa, a par de Barcelona e Berlim, para iniciar operações, dado o tráfego de lazer que estas cidades recebem durante todo o ano.
Em entrevista à agência Lusa, o diretor geral da Air France KLM para a Península Ibérica, Boris Darceaux, justificou a escolha das quatro cidades com o facto de receberem turismo de lazer todo o ano, dada a oferta cultural e a “vibrante vida noturna”.
Também são quatro cidades muito dinâmicas e muito modernas no sentido de desenvolvimento e crescimento de tecnologia e com ‘startup’”, afirmou.
O mesmo responsável sublinhou não se tratar de uma companhia de baixo custo, uma “vez que se oferecem coisas”, como bebidas a bordo para toda a gente, possibilidade de acesso a canais ‘online’ e classe ‘business’. O objetivo é proporcionar novas experiências, garantiu.
Para a primavera do próximo ano estão previstos sete novos destinos, enquanto no verão haverá 13 destinos e 228 voos/semana a partir de Paris (Charles de Gaulle).
Nos planos foi incluída a cidade brasileira de Fortaleza, com o responsável a explicar que o grupo mantém os seus ‘hubs’ (centros de operações).
Até 2022, a nova companhia quer 18 aeronaves para viagens de médio curso e 10 para longo prazo, enquanto a Air France soma cerca de 200, pelo que a Joon “terá o seu lugar na rede, ao garantir novos destinos, como Fortaleza, e substituir a Air France em algumas rotas, devido ao tipo de tráfego, por exemplo, ao ser mais de lazer”.
À questão sobre o esperado novo aeroporto do Montijo, para complementar o atual de Lisboa, Boris Darceaux respondeu que o grupo, que também inclui a ‘low-cost’ Transavia, “ainda não fez planos”.
“Vamos ver o que acontece e a forma como haverá distribuição e será construído, mas hoje em dia estamos muito contentes com a experiência no atual aeroporto (Humberto Delgado)”, disse o responsável, referindo que a Air France regista um crescimento de 12% no tráfego de passageiros graças ao uso de aeronaves maiores na ligação Lisboa-Paris.
“Não temos queixas”, disse.
Questionado sobre a concorrência, o dirigente referiu acompanhar o que os outros fazem, ao mesmo tempo que há reanálise da oferta do grupo e “às vezes respostas criativas”, como a criação da Joon.
“Não receamos a concorrência, estamos prontos para concorrer e o que queremos é que haja concorrência justa entre todos os ‘players’”, afirmou.