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Sexta-feira da Paixão, em Viseu, para o “início da reviravolta”

A “Sexta da Paixão” correu bem ao campeão!! Em dia de Sexta Feira Santa (07/04/2023), a Casa do FC Porto de Viseu recebeu a equipa do “Relato à Dragão, A Paixão da Nação”, da nossa “Rádio Portuense”. David Guimarães, Luís Mesquita e José Pedro Ferreira deram colorido e grito à emoção dos portistas viseenses, na partida decisiva diante o Benfica. na Luz. A visita estava já agendada há vários meses, e as expectativas dos portistas locais não foram defraudadas. Já conheciam e acompanhavam o nosso relato, mas a experiência ao vivo foi tão intensa e prazerosa que nova visita está já agendada.

Tudo começou com uma paragem no Restaurante Lanxeirão, onde a equipa Portuense foi recebida de forma principesca por André Valente (Presidente da Casa) e Jorge Ferreira (membro da Direcção), que nos convidaram para almoçar. Pataniscas e salada de bacalhau, salsichão, pão com chouriço, pizza e paté de atum como entradas. Bacalhau à Brás e carnes diversas no churrasco, acompanhadas por arroz malandro de feijão e couve, couve mineira, feijão preto, feijão frade, arroz e batata frita. Para sobremesa, ainda tivemos um buraquinho para pão de ló e gelado. Não fizemos o jejum pascal exigido mas, pelo menos, digerimos tão bem a comida quanto o adversário que nos esperava horas mais tarde.

Chegamos à Casa do FC Porto de Viseu bem antes do pontapé de saída do futebol, para acompanharmos várias partidas entre jogadores (benfiquistas contra portistas) das diversas equipas de bilhar, (pool português) da Casa. No fim do amigável (preparado especialmente para fomentar o desportivismo num dia de tão grandes rivalidades) venceram, “como sempre”, os azuis e brancos (e a paixão desportiva).

Posteriormente ocorreu a tão aguardada peleja futebolística, não sem antes ser colocado, estrategicamente, um cachecol do FCP sobre o logo do canal de tv que transmitiu o jogo, (prática habitual da Casa neste clássico jogado na Luz).

A superioridade do FC Porto foi indiscutível, vulgarizando o Benfica. A vitória foi merecidíssima, num resultado muito curto, tal a diferença de qualidade entre as equipas. Ao golo de Gonçalo Ramos responderam Uribe e Taremi, para o 1-2 final. Três momentos de uma festa frenética ao longo de todo o clássico, com a nossa emissão.

Durante o intervalo, conversamos com o Presidente da Casa do FC Porto de Viseu, André Valente, que regozijou com a nossa presença. “Já queríamos há algum tempo que vocês viessem cá, estamos muito contentes por causa disso”. Casa fundada em 2017, “inicialmente num espaço mais pequeno junto do Teatro Viriato”. Na altura da pandemia “tomamos a decisão de avançar para este espaço, acabamos por fazer obras. É uma aposta ganha, um espaço bem conseguido, enaltecer o esforço e a dedicação do Bruno Sousa, por nos ter ajudado na excelente imagem que a Casa tem”.

Para além da sala principal, um dos elementos distintos da Casa é a sua paixão e condições óptimas para a prática de bilhar, “a nossa primeira modalidade, fundada em Setembro do ano passado. Nós temos três equipas de pool português, a jogar no campeonato distrital no ramo Viseu, que não existia e passou a existir quase devido a nós, e à Casa do Povo de Mangualde, que também temos de referir aqui. Neste momento estamos no primeiro lugar do campeonato, estamos na final da taça de Portugal distrital, está a correr bastante bem para nós, para primeiro ano, meia dúzia de meses que temos de existência”.

O golo anulado a Galeno, que estava “uma petinga adiantado”, foi motivo de brincadeira (estavam óptimas, aquelas que nos foram oferecidas para confortar o estômago durante o transmissão).

Para além da abertura da Casa em dias de jogos, é uma “obrigação moral que nós temos por ser uma associação presente em Viseu, termos outro tido de actividades, que durante o ano vamos fazer, nomeadamente agora o São João, que está próximo”. No aniversário da Casa, “há muita gente que, mesmo não portista, acaba por estar connosco”. A vertente solidária está a “funcionar bastante bem, damos um apoio efectivo à Paróquia de São José, para quem nós fazemos algumas iniciativas de recolha de bens alimentares, de roupa, temos dado apoio dentro das nossas possibilidades, porque efectivamente, e mais uma vez digo, não somos uma Casa só para portistas, mas somos também para os viseenses em geral”.

A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) também é parceira em algumas acções solidárias. “Estamos a preparar uma deslocação a Vila Nova de Gaia, na altura do Porto B vs Académico de Viseu, vamos levar alguns residentes da APPACDM de Viseu, técnicos que os apoiam, para apoiar o Porto B”.

O que pode um portista encontrar na Casa do FC Porto de Viseu? “Para além da boa disposição, temos boa comida, boa bebida, boa interacção entre as pessoas, bom convívio”, aproveitar para jogar bilhar e “todos juntos a puxar pelo FC Porto”.

O “Lanxeirão”, onde almoçamos, é também patrocinador da Casa, tendo um papel muito relevante como suporte das suas diversas actividades. “Quem é campeão, vai ao restaurante Lanxeirão”, brincou David. “Na pessoa do Leonel Fonseca, que é o proprietário, ele é um portista desde sempre aqui de Viseu, que nos tem apoiado desde o início da fundação da Casa. Só Temos a agradecer tudo o que tem feito por nós. Temos outras duas equipas (de bilhar) apoiadas pelo grupo «Lanxeirão», uma em nome dos «Dragões de Viseu Lanxeirão», outra «Dão Viseu», que neste momento está em obras, mas que nos dão esse apoio, referir André Valente.

A “Earth Consulters”, empresa de consultoria e formação profissional, contribui também com patrocínios importantes, trabalhando energicamente para estruturar a secção de bilhar da Casa. “Temos 3 equipas de bilhar, 15 jogadores a jogar, uma das equipas é apoiada directamente. É um patrocinador também do FC Porto no basquetebol, já foi no ciclismo, a quem nós temos de agradecer”.

O presidente André Valente não é viseense, mas apaixonou-se por Viseu e por “terras de Viriato” ficou. “Nasci no Porto há quase 46 anos, vim para Viseu em 2004 e por cá fiquei. Gosto muito de cá estar, das pessoas de cá. O facto de pertencer a esta nossa família da Casa do FC Porto de Viseu é uma forma de agradecimento, de retribuir aos viseenses aquilo que me deram por eu estar cá. Tem sido bastante bom, de cá já não saio. Viseu é uma cidade boa para viver, é uma cidade que tem tudo, não tem na quantidade, como por exemplo Porto e Lisboa, mas tem tudo. Muito boa para visitar, aconselho vivamente”.

Já após o final do jogo, eufóricos com a vitória, conversamos com Nuno Costa, Vice-presidente, responsável da secção de bilhar da Casa e capitão de uma das equipas de pool português:

“Fiquei muito surpreendido, a equipa rendeu a trezentos. Hoje houve quatro ou cinco «Pepes» em campo. Foi uma equipa à imagem do Sérgio Conceição e, quer se queira quer não, o Porto dos últimos anos é mérito do Sérgio Conceição e do que ele consegue extrair de jogadores mais capazes, menos capazes. Hoje foi fantástico, fenomenal. Ainda mais, convosco aqui, com o vosso espírito fantástico, hoje reuniu-se aqui uma força muito grande, indescritível, espero que vocês venham mais vezes, isto convosco é muito melhor”.

Em relação à corrida pelo título, “estamos habituados a boas surpresas de última hora, aquelas boas surpresas que nos acontecem muitas vezes e felizmente pode ser que isso também aconteça. Isto pode ter sido uma lança apontada ao calcanhar deles, a partir daí tudo poderá ser possível. Vamos ver como o Benfica vai reagir a este resultado que de todo não estavam à espera. Eles sentiam que iam ganhar o jogo, mas nós hoje fomos inolvidáveis”.

Falando agora como responsável do bilhar, Nuno confidencia:

“Sempre sentimos que tínhamos de ser mais do que uma casa para ver jogos, tínhamos de ter algo para dar em geral aos nossos associados. Lembramo-nos do bilhar. Primeiro temos um espaço bom para isso, segundo porque o bilhar tem tradições ao nível do FC Porto, não é uma modalidade que seja estranha ao Porto, também por aí foi muito bem pensado. Não havia bilhar de competição no distrito de Viseu, surgiu essa ideia, conseguimos juntamente com a Casa do Povo de Mangualde, eles fizeram duas equipas, nós fizemos três, e conseguimos abrir o distrito à competição. Para a próxima época, mais dois ou três clubes vão seguir a modalidade, provavelmente os rivais, o que é salutar. Hoje fizemos aqui um pequeno ensaio de um Porto vs Benfica, só com jogadores da Casa. Os nossos jogadores, grande parte deles são benfiquistas, jogam por nós e jogam muito bem, têm sido fantásticos. Não se importaram de usar a nossa insígnia, isso para nós é muito bom. O meu muito obrigado a todos eles, que se disponibilizam para estarmos nesta competição”.

As aspirações para o futuro da secção passam por “ter uma equipa na fase final dos nacionais, o que para o ano de estreia é significativo. Faz parte dos nossos planos termos uma escolinha para começar uma formação, é uma modalidade muito bonita. Acima de tudo o que queria assinalar é que as nossas três equipas têm tido uma atitude competitiva fantástica. Para ano de estreia é fantástico, nós só queríamos mesmo participar, abrir a modalidade. Se pudermos seguir vencendo será ouro sobre azul. Iniciar a actividade, iniciar a competição, mas para o ano reforçar a presença”.

Ainda a propósito da secção, entrevistamos também Luís Sá, Comissário da Federação Portuguesa de Bilhar para o distrito de Viseu:

“O que nos interessa é promover a variante, dar a conhecer a variante e arranjar mais clubes para a modalidade se desenvolver no distrito de Viseu. O trabalho da Casa do FC Porto “foi excelente, conseguiram seguir com o projecto e arrancarmos com a competição. Viseu era o único distrito do país que não tinha e agora já temos”.

Aproveitamos a presença deste especialista para elucidar os espectadores para a diversidade e complexidade do bilhar:

“Carambola ou três tabelas a mesa é muito maior, 10 pés, quase três metros de cumprido e 1, 70 de largura. Tem que bater nas três tabelas. O FC Porto é um dos melhores clubes do mundo. O pool português, jogado numa mesa de 8 pés, uma mesa com uma área de jogo de 2, 20; 2, 30 por 1, 4. Temos buracos, temos regras de bola na mão, é obrigatório anunciar sempre o buraco onde a bola vai entrar. Temos também o bilhar livre, uma variante já muito antiga, com uma mesa mais pequena. O snooker inglês é jogado numa muito maior, 12 pés, com bolas vermelhas de cor, com pontuação, as mesas não são iguais, totalmente diferente. Esqueci-me de referir o pool americano, uma mesa de 9 pés, com buraco um pouco maior”.

A importância da formação “para a camada jovem é muito bom, concentração, foco, uma modalidade onde se pode elevar a matemática, a geometria. Já houve projectos em Portugal, norte do país essencialmente, onde houve escolas a aderir. Lá está, a concentração, foco, aprender a lidar com as emoções também. A competição tem muito isso, sabermos lidar com as emoções, o momento, é muito bom, mesmo, para acalmar os nervos e aprender a saber perder”. Nas escolas não se consegue praticar bilhar, “infelizmente. É um pouco difícil, só com protocolos com empresas e câmaras municipais a ajudar. Aqui, tem uma coisa muito boa, a Dragon Force, as escolinhas, onde se pode tentar conciliar a malta mais jovem a vir experimentar. Depois sim, arrancar com uma academia, que era muito bom”, desejou Luís Sá.

“O Luís para nós foi muito importante, foi a primeira pessoa que nos ajudou a iniciar a modalidade e nos aconselhou. está connosco desde o início”, ressalvou Nuno Costa, sobre o papel do membro da Federação para o erigir e desenvolver desta secção da Casa”.

Luís Sá, benfiquista assumido, não gostou do resultado do futebol, mas apreciou a nossa emissão, “espero que voltem, mesmo”. Quanto ao jogo, “o Porto foi a melhor equipa em campo, realmente foi justo, nada a dizer. O Benfica não mereceu ganhar porque não jogou à Benfica, acabou-se”.

Como mensagem final, referiu:

“No bilhar não há clubes, há o gosto do bilhar, é o que interessa. Jogar seja com que camisola for, é igual, não faz diferença. Jogo bilhar no FC Porto com todo o gosto, desde o primeiro dia”.

Antes de retornamos à cidade Invicta, ainda saboreamos mais algumas petingas. O estado eufórico não desvaneceu, a crença na revalidação do título cresceu, tendo sido rapidamente pedido o regresso da nossa equipa. O jogo da penúltima jornada do campeonato, frente ao Famalicão, ditará nova emissão do “Relato à Dragão” em Viseu.

Durante o jogo, registamos mais de 125 mil visualizações nas nossas diversas plataformas (Facebook, Youtube, TikTok). Levamos a Casa do FCP de Viseu aos quatro cantos do mundo. A este número, somamos ainda mais 135 mil visualizações nos vídeos de reacções aos golos e explosão final de alegria.

Com esta onda azul confiante, o bicampeonato está mesmo mais perto!

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