A Polícia Judiciária (PJ) confirmou, através de um comunicado oficial, a detenção de duas mulheres sob fortes indícios de envolvimento na tentativa de tráfico de pessoas. O caso está relacionado com uma suspeita de compra de um bebé em Braga.
Segundo a declaração da PJ, as detidas são acusadas de tentar adquirir ilegalmente um bebé, explorando a situação de uma mulher a quem ofereceram abrigo. As suspeitas, incapazes de conceber filhos, supostamente conceberam um plano que envolvia a exploração da gravidez da pessoa que acolheram em sua casa. Uma vez que a mulher grávida não era de nacionalidade portuguesa, estava desempregada e enfrentava dificuldades financeiras, além de não saber a identidade do pai da criança, as duas mulheres ofereceram-lhe apoio.
De acordo com o comunicado da PJ, elas providenciaram alojamento, alimentação, custearam as despesas relacionadas com a gravidez e até forneceram uma pequena quantia mensal em dinheiro à grávida. Para evitar deixar rastos em bases de dados oficiais, foi estabelecido que a grávida não teria acesso a consultas no Sistema Nacional de Saúde e que entraria no hospital sem documentação, fornecendo imediatamente o nome das pessoas que seriam os pais registados da criança.
O bebé nasceu em 19 de junho, num hospital do Serviço Nacional de Saúde (SNS). No entanto, a mãe biológica decidiu romper o acordo e reter a criança, o que resultou em ameaças e coerção por parte do casal suspeito para que ela cumprisse o acordo inicialmente estabelecido.
A mãe procurou assistência de um advogado que, por sua vez, contactou as autoridades da PJ. A criança foi posteriormente institucionalizada.
As suspeitas serão apresentadas perante um juiz para que sejam determinadas as medidas de coação a serem aplicadas.